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domingo, 22 de janeiro de 2012

A INSTITUIÇÃO ESCOLAR NO PAPEL ACOLHEDOR

Época triste a nossa... mais fácil quebrar um átomo que um preconceito".
(Einstein)

A Declaração de Salamanca (1994) traz uma interessante e desafiadora concepção de Educação Especial ao utilizar o termo “pessoa com necessidades educacionais especiais” estendendo – a todos educando que têm necessidades decorrentes de suas características de aprendizagem. Dentro desse contexto é que atua a Instituição Escolar, se adequando, quanto aos procedimentos e, se reestruturando no aspecto físico da estrutura da escola, com as adaptações que se fazem necessárias para proporcionar a inclusão. Na expectativa de se estar correspondendo perfeitamente ao objetivo educacional, que consiste em aprender. De acordo com Jacques Delors (1998), coordenador do “Relátorio para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI” no livro Educação: um tesouro a descobrir, aponta como principal conseqüência da sociedade do conhecimento a necessidade de uma aprendizagem ao longo da vida, fundamentada em quatro pilares que são ao mesmo tempo pilares do conhecimento e da formação continuada. Aprender a Conhecer, eu só vou aprender a conhecer o mundo ao meu redor, quando primeiramente eu me conheço como um ser, para tanto preciso me amar e, saber aceitar minhas limitações bem como canalizar toda a energia do meu potencial para suprir o que ou no que não consigo me capacitar. Então a Instituição Escolar tem que se conhecer primeiramente para planejar o como vai inferir junto ao educando dentro da comunidade que esta inserida superando suas limitações e questionamentos, no firme propósito da integração como forma de inclusão. No Aprender a Fazer, entra o dispositivo de se aprender no outro e com o outro e, é na Instituição Escolar que temos o trabalho em grupo, é perfeito para o espaço e sintoniza com todos os objetivos, alem de que traz uma enorme aprendizagem de convivência com resultados riquíssimos quanto ao aspecto éticos profissional, sem esquecer que o trabalho em grupo oportuniza a troca dos saberes essenciais para o crescimento cultural do individuo; já englobando o Aprender a viver juntos e, com isso temos o aprender a ser que retoma a primeira idéia, no aprender a conhecer, esta parte é muito importante se tratando da identidade do educando e de como essa esta sendo constituída na interação do espaço escolar.
Para a escola se requer então:
A pedagogia centrada na criança contribui para evitar o desperdi
cio de recursos e a frustração de esperança, conseqüência fre
quente da má qualidade do ensino e da mentalidade do que “o
que é bom para um é bom para todos”.(UNESCO,1994,p.18).

O que estaria baseada a má qualidade de ensino se tendo como indicador o desperdício de recursos e a frustração da esperança, eixos que se contradizem e desrespeitam a Constituição Cidadã, além de que não convém a Instituição de Ensino fragmentar a educação que é oferecida igualmente a todos de uma forma com que possam interagir com a escola.
Então a Instituição Escolar tem a preocupação com a diferenciação. Diferenciar-se é organizar as interações e as atividades de forma que cada aluno seja tão freqüentemente quanto possível confrontado com as mais fecundas situações didáticas para ele. (Perrenoud, 1995). É essa diferenciação que cria e recria uma nova didática dentro da escola e para uma nova escola a escola inclusiva que tem por objetivo o ensino e a educação do educando com necessidades especiais.
2.1 – Adequações da Estrutura

A estrutura da escola em se tratando do currículo ou do espaço físico tem que ser analisada e atualizada para entrar em conformidade tanto com a Lei como também com as necessidades especiais do educando.
Perrenoud (2000) aponta fatores que impedem a construção do coletivo dentro do contexto educacional como a limitação histórica da autonomia político administrativa do profissional da Educação e o individualismo dela conseqüente, a falta do exercício das competências de comunicação, de negociação, de cooperação, de resolução de conflitos, de planejamento flexível e de integração simbólica a diversidade das personalidades que constituem o grupo de educadores e, até mesmo a presença freqüente da pratica autoritária da direção, ou coordenação do ensino. Uma adequação que se faz necessária para suprir as necessidades especiais do educando e, tem que refletir na estrutura se tratando do acesso com rampas, portas adequadas, sanitários adaptados, quanto também ao pedagógico que a principio pode parecer tarefa meramente do professor mais é interessante e fundamental que seja realizada por todos, para se ter uma escola para todos.
Mas sem duvida que:


É comum em nossas escolas atribuir-se ao ensino a tarefa de mera
transmissão de conhecimentos, sobrecarregar o aluno de conhecimentos
que são decorados sem questionamento, dar somente exercícios
repetitivos, impor externamente a disciplina e usar castigos. Trata-se de
uma prática escolar que empobrece até as boas intenções da Pedagogia
Tradicional que pretendia, com seus métodos, a transmissão da cultura
geral, isto é, das grandes descobertas da humanidade, e a formação do
raciocínio, o treino da mente e da vontade (LIBÂNEO, 1994, p. 65).

Constitui se mais do que uma mera transmissão de conhecimento o atuar da instituição escolar, que vem a ser a própria inclusão do sujeito do processo no processo sem diferenciações partindo da primicia de uma integração de fato e comprometida. A pratica escolar acima de tudo tem o dever de ser mais do que tradicional se tratando da transmissão dos conhecimentos e da cultura, hoje espera se muito além de informações, no quanto que se faz necessário termos cidadãos portadores de uma liberdade conquistada e de uma reflexão critica construída paralelamente no desenvolver de suas habilidades e potencialidades dentro do âmbito escolar.
Nesta perspectiva da escola entende-se:

“profissionais que políticas de informação devem ser pensadas como uma
prioridade para todos os grupos que compõem a sociedade brasileira,
observando-se as demandas e as particularidades de cada contexto.
Tais políticas supõem uma concepção de informação que aposta
na provisoriedade da ciência e no conhecimento do conhecimento
que deve aparecer como necessidade primeira, que serviria de
preparação para enfrentarmos os riscos permanente” ( Morin,2003,p.14)


Entretanto os grupos que compõem a sociedade são os mesmos que contém as crianças com as necessidades especiais, e somente na Instituição Escolar podem encontrar a adequação necessária para o seu desenvolvimento físico e mental. É particularmente proporcional a atuação do educando na escola pela receptividade com que ele usufrui da instituição, e se tem problemas de aprendizagem, torna-se vital o domínio das habilidades e competências que caracterizam a sua faixa etária e que lhe estão a disposição pelo seu organismo.

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