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domingo, 22 de janeiro de 2012

EPISTEMOLOGIA DO TRABALHO EDUCATIVO

O trabalho docente requer reter experiências práticas, para conhecê-las, compreende-las e dessa forma fazer a extensão necessária entre a teoria e a pratica. O conhecimento empregado além da definição, de uma classificação, de uma descrição e da correlação dos fenômenos da realidade social. É uma tarefa de o educador explicitar as problemáticas sociais concretas e contextualizá-las, para tanto desmistificar pré noções e preconceitos que sempre dificultam o desenvolvimento da autonomia intelectual e de ações políticas direcionadas para uma transformação social.
Essa posição não prescinde da postura dialógica que
Deve ser mantida entre alunos e professores, mas
Ataca o “puro vai-e-vem de perguntas e respostas.
(Paulo Freire,1996).

Sublinha se aqui a relação do educador com o saber, nisso implica o envolvimento dos educando. Saber-ser requer ouvir o aluno, uma competência transversal, entretanto necessária no trabalho educativo. O domínio de conteúdo, de autoconfiança e de reconhecimento, pelo educador, de seus próprios obstáculos epistemológicos e idéias alternativas, retrata o despreparo do decente quando questionado pelo discente, e não sabe lhe responder. Usa de concepções alternativas ou de algum raciocínio de momento que produza uma resposta. Deseja-se um professor que se dirija pelos princípios norteadores da UNESCO para a Educação do Século XXI: Aprender a conhecer, unindo teoria e prática. Aprender a fazer, aprender a conviver, aprender a ser. É necessário garantir aos educadores competência para essa atuação para que estes tenham condições de implantar a proposta da escola em uma direção que dê margem ao social. Isso requer não só o domínio de conteúdos, bem como de metodologias adequadas à aplicação desses conteúdos, sendo que não basta ter objetivos e diretrizes claros da política educacional, se esse corpo de conhecimento, não for trabalhado na formação do educador. A capacitação é, portanto, aqui entendida enquanto processo de ação-reflexão-ação de forma a possibilitar ao educador analisar a sua prática referendada por um corpo teórico que a explica e possibilita repensá-la, ou seja, é a formação reflexiva, enfatizada por Antônio Nóvoa (1995).
É dentro dessa perspectiva que encontramos o professor educador que é sujeito do processo tanto quanto o educando, mas que para isso é necessária a relação horizontal entre discente e docente em um espaço que flua o dialogo em sua forma de captar e transmitir o conhecimento em uma produção conjunta. Então o professor se estabelece como mediador entre o saber elaborado e o conhecimento a ser produzido. Refletir com os alunos sobre as estruturas de um determinado espaço social atentando para o fato de que variam de uma sociedade para outra e numa mesma sociedade, enquanto tendem a refletir as condições econômicas, políticas, sociais e culturais das sociedades em um determinado contexto, estando sempre em construção, entretanto o cenário ideal não existe em nenhuma parte do mundo. (Freire, 2005).
É nessa proposta de humanização do professor como norteador do processo sócio-educativo, com o intuito de construir uma consciência critica com relação à realidade social vivida, que tomamos consciência com a leitura do livro Pedagogia Libertadora de Paulo Freire (1992), uma chama para acender em nossos corações.

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